O Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintero) denunciou novas práticas de assédio e perseguição por parte da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) contra servidores do quadro efetivo que participam da greve estadual no Cone Sul.
Segundo a direção regional do sindicato, uma carta emitida pela direção de uma escola em Corumbiara, supostamente orientada pela Seduc, desmerece o trabalho dos profissionais efetivos e exalta o empenho de professores temporários. A avaliação do Sintero é que se trata de uma ação deliberada para boicotar e desmobilizar o movimento grevista, sob determinação da secretária de Educação, Ana Pacini, que representa o governador Marcos Rocha. A mesma carta foi denunciada pela direção do Sintero em Espigão do Oeste.
O documento, ao afirmar que o trabalho segue normalmente nas escolas, teria como objetivo induzir a comunidade escolar a acreditar que a paralisação não traz impacto, colocando pais e alunos contra os servidores que reivindicam direitos.
A Regional Cone Sul do Sintero relata ainda casos de perseguição registrados na Superintendência Regional de Educação de Cerejeiras, comandada pela professora Marlene Ribeiro, indicada por um político da região. Em Colorado do Oeste, a diretora do Sintero, professora Lívia Maria, afirma ter ouvido relatos “estarrecedores” de assédio contra servidores emergenciais.
Na sexta-feira (8), Lívia Maria participou ao vivo do maior programa de rádio de Cerejeiras para denunciar essas práticas. Ela também rebateu uma nota da superintendente regional de Vilhena, Nilta Nunes, negando que os pontos dos servidores emergenciais seriam cortados.
Segundo a dirigente, visitas feitas às escolas durante o período de greve confirmaram relatos de coação por parte de gestores e até da própria superintendente de Vilhena. Nilta, que já atuou na Superintendência de Ariquemes, foi transferida para Vilhena por indicação de uma parlamentar, enquanto profissionais técnicos da própria região não foram sequer cogitados para o cargo.
A greve estadual da educação segue por tempo indeterminado, com a categoria cobrando valorização profissional, melhores condições de trabalho e cumprimento de direitos.